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sexta-feira, 6 de maio de 2011

Os Amantes da Sexta

Capítulo 7 - Tudo é Possível Mesmo





Foi incrível como o acontecido gerou burburinho na UFI. A pessoa mais atacada nisso tudo foi Henrique, que foi chamado pelos maix baixos adjetivos para a ocasião. Maria o abrigou em sua casa, um flat em que morava sozinha, e, surpreendendo os dois, ninguém menos do que Gabriela, acompanhada de Renato, apareceu por lá, na quarta feira.

- Oi, gata.
- Oi... Maria. - disse Gabriela, um tantinho assustada. - Ele tá aí?
- Tá, tomando banho. Deve estar tentando se matar.

Risinhos da parte de todos, exceto Renato.
- Entra... tô cozinhado.
- Ah, que bacana...
- Vão querer jantar?
- Eu quero ser rápido. - disse Renato, de repente, assutando as duas.
- Ah... Renato... - começou Gabriela. - Por favor, não vai ficando irritado.
- Eu queria me desculpar com ele, a culpa toda é minha.
- Culpa, de quê? - disse Maria. - A culpa é do ciúme do Rodrigo! Que não sabe ouvir um namorado.

Renato queria argumentar, mas não achou nada para contradizê-la, e se sentou na pequena varanda. Gabriela se ajoelhou ao lado dele.
- Olha... eu agradeço que você confie em mim, agradeço mesmo, eu sei que você é uma pessoa boa... mas, eu preciso te entender para poder te ajudar. Porque você tá tão alterado sobre isso?
- Eu... não quero que ele se machuque.
- Como assim?

Renato não responde. Continua sentado de dorso baixo, e olhando pros próprios pés. Maria pega Gabriela pelo braço e a leva para a cozinha, onde um cheio de molho shoyu toma conta do ar.
- Que foi?
- Ele... foi espancado pelo tal Lucas... tem mais ou menos um ano, ou mais.
- COMO ASSIM?

Maria conta que o jeito tímido de Renato fez, e ainda faz, que ele seja chamado de gay, e diz que no tempo em que Renato entrou na UFI, Lucas e sua turma de pitboys o cercaram para perguntar sobre uma garota que Renato tinha ficado numa festa.
- E ele ficou com a tal menina?
- Pior que não... ele olhou pra ela insistentemente, porque ela era muito bonita, era mó gostosa... - diz Maria, sorrindo. - e o tal Lucas tinha acabado com ela no mesmo dia.
- Ah... tudo explicado.

"Aí quem pagou por tudo foi o Renato, que não tinha nada a ver com a história. Foi parar no hospital e tudo. Foi o teu macho quem o salvou, senão ele tava morto..."
- Foi o Leandro?
- Leandro tava passando no bosque, é o quê dizem... teu namorado é uma pessoa muito boa, gata. - diz Maria, dando dois tapinhas no ombro de Gabriela.
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Enquanto isso, Leandro tentava falar com Rodrigo no T.G.I.F. O bar estava vazio e Rodrigo, limpando mesas. Leandro ia falando à sua cola.
- Me deixa!
- Não, cara, deixa de ser cabeça dura! Ele é seu namorado! Você vai acreditar no que ouviu ou no que ele lhe falar?
- Ele não é nenhum santo, sempre soube disso. Mas nunca achei que ele iria trazer o amante dele pro meu bar! PRO MEU BAR! Esfregou na minha cara os meus chifres! Eu não quero vê-lo nem pintado de ouro!

Ele continuou sua ronda pelas mesas, e Leandro, irritando-se, sentou ao balcão.
- Ué, cansou de me infernizar?
- Não. Percebi que você vai se martirizar pra sempre, cara. 
- Me martirizar, Leandro?
- É... você nunca vai deixar o orgulho de lado. Eu tô vazando...
Dizendo isso, Leandro pega a mochila do balcão e, deixando Rodrigo sem palavras, ele sai. No mesmo momento o dono do bar deixa cair duas lágrimas que rapidamente seca, e volta a limpar mesas.

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A sexta feira caiu cinzenta na UFI, e as novas melhores amigas Sarah e Marcela se reuníram nos corredores de Contábeis para traçarem seu plano maléfico. As risadas, as duas passaram pelos armários, e viram uam loira saindo de perto do armário de Leandro rapidamente, virando-se para ver quem a olhava, e correndo depois.

- Quem é essa louca?
- É uma bobinha que faz Música, fui obrigada num dos concertos que a turma dela fez... ela colou isso aqui... o quê será?
- É uma cartinha... no armário do Leandro! - disse Sarah animada, puxando o envelope e se sentando mais além para lê-lo.
As duas se sentam, e fazem juntas "Miss Passion".

- Grande codinome, hein querida?
- O quê tá escrito? - quis saber Marcela.
- Nada demais, tem um vidrinho de perfume e um lenço, e um bilhete escrito "Para me reconhecer".
- Ambiciosa, essa loira azeda...
- Não. - disse Sarah. - Ambiciosas somos nós, não vamos deixar uma musicista qualquer tomar o nosso homem, não é?

Marcela deu uma risada. Pegou o envelope, pendurou no armário de Leandro exatamente como estava e se virou, sensual, para a amiga.

- É claro que não, amiguinha. Anda, temos muito o que fazer.

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